28.4.24
anamorfoses, i
é súbita a ser, inteira, outra, como é.
tão como é.
vivo com ela ambições, encontros,
distâncias, sucessões, depressões, dias
cheios e outros, as horas neles, lugares
e vagares estranhos, combinações, refeições,
idas ao cinema, a concertos, às vezes também
a exposições, ao teatro, a igrejas, a cidades
longe, risos, conversas, uma família, o presente
e o futuro, os que há e os que houver.
em agosto, estávamos na praia, vimos vultos
de cargueiros, depois nada, ouvimos os sopros
deles abafados pelo nevoeiro. nesse momento
pediu-me que escrevesse sobre isso. não fui capaz. s. d’o.
23.2.23
disseram que, xi
como tudo, um pouco como tudo, os enganos
de amor, que outros não são assim, tão assim,
deletérios, o vago entretido na vontade
e na confiança, a trair, a passar e a morder
como um cão – laissez faire, sem aviso, sem licença,
laissez passer –, os enganos de amor repetem-se.
repetem-se impunes, vadios, como preciso. s. d’o.
19.7.21
disseram que, vii
alguém haveria de saber o que dizer.
quem?, o quê?, assuntos wittgensteinianos,
demasiado isso, para serem considerados
agora e na hora da nossa morte. s. d’o.
17.5.18
os dias seguintes, iv *
quase que me atrevo a declarar-te minha. descarto
o atrevimento, opto pela abreviação. o pronome estraga-te
por interromper ou fazer demorar o teu nome, portanto
por fazer-me chegar demasiado tarde a ti. s. d’o.
__________
* da suite «correspondência sustida», que reúne exemplos de mensagens ridículas e, prova de que o destino não existe embora subsista ordem, não foram remetidas a quem estavam destinadas. uma empreitada arqueológica documentou isso para valer como facto. não obstante, o ridículo prevalece. a miséria percebe-se.
15.5.18
os dias seguintes, iii *
outra manhã. pronuncio o palíndromo,
chego à morte, a suficiente. és tão grande
aqui. maior do que a tua falta. s. d’o.
__________
* da suite «correspondência sustida», que reúne exemplos de mensagens ridículas e, prova de que o destino não existe embora subsista ordem, não foram remetidas a quem estavam destinadas. uma empreitada arqueológica documentou isso para valer como facto. não obstante, o ridículo prevalece. a miséria percebe-se.
11.7.17
6.7.17
4.7.17
passe-partout
foi inaugurada a cratera entre dois nomes,
a morte e tu, e nessa força veio o mundo
como o deixaste e está.
na ronda, a dúvida, depois a indagação,
o que é ser feliz?, como pode estar-se isso? s. d’o.
29.6.17
propedêutica, ii
da pureza prevalece a crueza.
que esta morada seja apesar
dos destroços. s. d’o.
27.6.17
exercício de rescaldo
e tu, no teu completo, quem és?
pareces ninguém, se alguém
que conheci tão bem. s. d’o.
22.6.17
propedêutica, i
não há substância, apenas condição.
criaturas estranhas precipitam-se
para o retrovisor. passa o tempo,
cresce nas coisas, passam também,
levando consigo o nome que não encontram.
no reino de amanhã, o nosso, continuará
a não a haver deus como é. s. d’o.
20.6.17
15.6.17
“cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e seduz. e a concupiscência, depois de ter concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”*
totus tuus
para que é o corpo?, para descobrir-se, ser solto
de si, para ser prova das provas de abandono
e de contacto, mais do que habitação, do que écran,
hematoma, mais do que traumatismo, metástase,
do que cabeça, tronco e membros, termo de fome
ou outras admoestações. goodbye soft machine,
adiós maquina blanda, auf widersehen weich
maschine, au revoir machine molle. o choque
é frontal, a velocidade proibida, a da libertação.
adeus máquina macia. a salvação, que salvação?,
será pela tesão. olá, bone machine. e desta saudação
acontece réplica em línguas de escala ou de destino
diferentes. não sou eu que estou aqui. outra morte
chama, pode dizer-se, outra morte chama por mim. s. d’o.
____________________
* versículos catorze e quinze do capítulo primeiro da carta de tiago.
13.6.17
vereda
os membros assentes no desequilíbrio.
o teu coração, tão alavanca quão ponto
de fuga, soltei-o. o chão range. tenho pé,
tenho mão, embora agora, seguro, não.
mantém-me a morte, traz-me o vão,
nada que valha mistério ou oração,
nada por que seja vaso ou salvação,
porque, o que continua a ser, é ainda
peregrinação, tu a mesma direcção. s. d’o.
8.6.17
a espera intacta
a espera intacta, o sentimento que combina
na fractura, recomeça o que não pode ser
negado e que, por ímpeto sanguíneo, há-de
concretizar-se pela detença. e por ela,
mais tarde, ainda tarde, no dia último
que todos os dias são, cometo o teu nome,
um espectro que compreende outro, sem conseguir
a ilusão de que basta a palavra para dizer-te.
peço o que foi para que seja. amo-te na cruz,
só e tanto. s. d’o.
6.6.17
canção de amigo, ix
fosse, porque é, a hora derradeira, a do exílio
que soma a vaga a falta maior e inteira,
a tua. acuso-me. erro a palavra de acolhimento,
a hipótese de passe, tudo, talvez tudo outra vez.
não fui eu que inventei o amor. não sinto consolo
ou contrição por isso. sinto apenas o que sobra,
ninguém. s. d’o.
1.6.17
canção de amigo, viii
mea culpa, felix culpa, outra. preencho o cadastro
com convicção. não me arrependo de continuar
a amar-te, se tal me suja. nunca presumi inocências.
habituei-me a isso, religião barata.
insisto na requisição, promete-me que morres
ou mais, o engano. s. d’o.
30.5.17
25.5.17
canção de amigo, vi
a ausência, o que está, como está, o simulacro
da correspondência, o que está também, como está
sempre. qualquer enunciado de amor deixou de ser
pronúncia suficiente. agora exige-se mais.
promete-me que morres sem repetição, o regresso,
um rumor que. s. d’o.
23.5.17
canção de amigo, v
calo-me. torno aos teus olhos, onde o mar,
a cor aberta e habitada dele e mais alguém.
quem?
a continuação. o jogo não obedece às regras
da remissão. s. d’o.
18.5.17
canção de amigo, iv
a morte não comove. porquê continuar? ainda estou aqui,
ainda. o sangue finge o absoluto. ouvem-se as vésperas,
as sicilianas. espero-te.
a insurgência está chamada, o manifesto não foi entregue.
morrer de amor é morrer só. s. d’o.
16.5.17
canção de amigo, iii
um corpo, deus ao lado, regressado e calado, matéria
quase perfeita. a cerveja espera. esta morte não tem nome
dentro do ofício das horas conhecidas.
quero apenas amar-te. sei que não basta. s. d’o.
11.5.17
canção de amigo, ii
entregas-me o que morre - escrevo a tua voz, acabou -,
imagino que para que possas abrir a forma do que,
através de ti, ainda pode vir, o reino confirmado após
a demora, contra todos os fantasmas que estão agora.
e se não? s. d’o.
9.5.17
canção de amigo, i
levantada a sombra dos teus ombros, uma frente
que se põe e repete. algo erra, falha. alguém mais.
sou eu.
não posso dizer que te conheço, posso apenas dizer
que te amo. que será assim outra vez, apesar da culpa,
culpa com atraso, em que não vacilo e a que recuso
despacho de alívio. s. d’o.
26.3.15
ou o poema descontínuo
que a ninguém falte a morte que e como pode, o compromisso,
a apoteose da missão, mão cheia, mãos cheias, ofício que,
lavrado, continuado e repetido, afasta e aproxima, como a gravidade
que, agora, sobrevive à mão caída e quieta. s. d’o.
24.3.15
a comunidade que ainda vem
porque a comungamos, na morte somos comuns,
mais comuns, eternos outra vez, futuro salvo
da promessa, quase demasiado completos.se feitos?, somos feitos pela mão que nos termina,
continuados pela voz que, assente, essa mão foi capaz
de levantar. e agora e na hora que for, como antes,
nada, outro silêncio, o mesmo que a memória e o luto
hão-de permitir sufragar e vingar, a continuação. s. d’o.
18.4.13
suite terroir, iv
“when england was the whore of the world
margaret was her madam”*
margaret was her madam”*
margaret thatcher, i
com que voz choram os mortos?, com que fome os vivos começam
o regresso?, dúvidas. há outras.
o regresso?, dúvidas. há outras. a cerveja preta do buraca, enjoativa,
não é melhor do que a do fernando, agra e cafeinada. sobre a esplanada
de um e outro ou o que as estações são nos estabelecimentos respectivos,
tende-se a evitar o inverno num deles, a dissertação pode ser diferente.
porém, a importância que a conjugação adversativa tem no lançamento
de uma oração, só num desses estabelecimentos pode ouvir-se a isabel
a dizer aquele caralho, ela não aponta porque é feio, com naturalidade
igual à de quem mastiga tremoços como complemento da báscula do cúbito.
compreende-se a senhora que disse there is no such thing as society.
morreu. há sociólogos que escreveram o mesmo e irão ter exéquias
muito mais baratas.
muito mais baratas. as sociedades que há são secretas. s. d’o.
____________________
* versos in elvis costello, “tramp the dirt down”, in spike, warner bros., 1989.
16.4.13
súbito, iii
o corpo, a gravidade. a mesa balançou. copos de vinho?
ou copos com vinho? o raciocínio, a resposta mastigada. de,
copos de. o copo, agora o galope, é uma unidade de medida,
de capacidade. veio uma mão, abreviou os rins. s. d’o.
4.4.13
súbito, ii
recebeu a inércia que os copos de vinho repetidos agarram. vozes.
submeteu-se ao fôlego, primeiro, aceitou o espólio da respiração,
depois. sete palmos de chão. magnífico, disse, tentando rebater
a afirmação com que se encontrou. ao lado, uma sandes de atum. s. d’o.
2.4.13
súbito, i
combinaram as palavras, o ar delas. ventrículo, o esquerdo,
ventríloquo, à direita. a sala não encheu. s. d’o.
21.3.13
viveu no vermont
as manhãs nunca começam próprias. o céu cheio de vermute,
as mãos sem pão, cheias de opções e orações. a crónica histórica
quase nada conta sobre ele, excepto um episódio. um dia disse
aos embarcados, les géographies solennelles des limites humaines,
palavras que paul eluárd escreveu e alertou-os, esqueçam
o cachalote branco, nós vivemos no vermont. s. d’o.
19.3.13
colisão no v&a
o corpo ali. uma peça de rodin também. a imitação, o espelho
a três dimensões por algo que transformou a massa, aquela
massa. dois passos acrescentados, contorno, o contraste. pausa,
a coligação. o momento fica mais próximo do tamanho do silêncio. s. d’o.
7.3.13
arena
deus habita melhor os lugares sujos, onde estás?, a casa,
a passagem, demoras?, a contaminação. s. d’o.
5.3.13
carne dos deuses pequenos
o derrube começado. deitam-se juntos, crescem a promessa,
descobrem-se cada vez mais nos dias que continuam.
cometem os erros próprios do princípio, usam a palavra
com o sentido de que nunca vai acabar. e o fim apenas já
começou, sem que ele, sem que ela saibam a alegria disso. s. d’o.
21.2.13
síncope pós moderna, tu cá, tu lá,
um cadáver entremeado, uma história
para acender como um cigarro.
há mais ou nunca. s. d’o.
19.2.13
em memória de quem?
estamos a morar nas perguntas, contingência e ofício
da demora, a observar pássaros. os gatos passam
para o sol, passam devagar, fazendo as perguntas
parecer aceleradas. o ritmo das orações ja não nos detém
precisos. há provérbios no facebook?, as perguntas,
haverá alteração ao imposto sobre o valor acrescentado?,
meus deus, estamos a habitar a dúvida, a que horas é o jogo
do benfica?, na sportv?, em memória de quem?, perguntas
cada vez mais difíceis e vitais. s. d’o.
7.2.13
uma vida lo-fi
sabe dos homens sozinhos, a cabeça que têm e a que não têm.
vê o alumínio pop deles, as marquises onde habitam, o cerco
onde já não ninguém quer esperar. também esperar o quê? s. d’o.
5.2.13
o reduto é ambíguo, mais recente do que a geração
erguida de si, portanto estranho à tradição, estranho
à sobrevivência. aparecem muitos lugares vagos,
a ressonância dos espectros, as cicatrizes coladas
ou cosidas nas fotografias, para que haja testemunho
e prolongamento desta paisagem. aparece o festival
íntimo, slow core, palavra após palavra até à canção.
o improviso substituído pela habitação, a hipérbole
substituída pelo consumo, a gratuitidade substituída
pela contaminação, pelo agradecimento, pelas grades
já sem as garrafas de cerveja, sem a rima e a sede.
isto é apenas o corpo numa história, o tempo escorrido
da forma dele, a passagem. mas podia ser o contrário,
outro fenómeno, a totalidade a que falta o pagamento. s. d’o.
24.1.13
não testemunhou o estertor dele. no momento
em que soube da notícia recordou a cesura,
o pai do pai quando tentava soprar através da cana
na direcção do fogo, as sombras queimadas
na parede da cozinha, combinadas com as conversas
de domingo já caído. é neste lugar tangente às horas
que pendem na espera e a fazem, um lugar recomeçado,
na transfusão do que afasta e aproxima, desejos
à parte, é neste lugar que ele está ou, não estando,
imagina estar, onde nenhum sacramento o pode
recomeçar. não há andaimes sobre o corte. a terra
já tomba numa janela que não abre. o corpo apertado,
o desperdício e o antídoto, o nervo e a corda na oração.
foi assim, dizem que é sempre assim, que continua. s. d’o.
22.1.13
extinção
erva, vento chão, perfume lento. também os pés
vão demorar a chegar. ultrapassam a tarde, alastram
o contágio, passo contra passo, o medo, o vinho.
os pés vêm descalços, anunciados assim. ele espera-a,
tem os joelhos travados no chão. é nessa posição
que aguarda e cumpre a promessa. sabe que tanto
do que teve perdeu-se consigo. assume o prejuízo,
não quer absolvição. de quê?, se antes algo o vinculou
ao privilégio de começar, concedendo-lhe quase a eternidade
repetida em cada manhã. agora tem o corpo a entardecer,
quieto na lâmina, a pele sem respiração, como quem sente
a morte que veio antes de a morte chegar. e o mais que vem,
que venha devagar, deseja ele, talvez desejo final, agora
que vê que ela já está próxima e que é para si que chega. s. d’o.
10.1.13
uma traição tão quieta, quase sem parecer
traição, dizer que não te conheço, dizê-lo
três vezes sem dizer, com convicção,
e estar disposto a repetir, se necessário,
se a traição exigir. s. d’o.
8.1.13
alegas a alma. conheço-te para saber que, quando e quanto
tu podes, me engano, muitas vezes e muito, às vezes mais.
não é apenas o lugar como acontecemos que é estranho,
sou eu, repetido assim não só na confirmação mas também
na dúvida, antes, no domicílio onde não havia a pessoa
pela qual somos enunciados. falta-nos o nome, o que nos permite
a essência. não somos como na canção why can’t i be you?
que dançámos tantas vezes. parte da culpa é nossa, só nossa,
parte é minha, toda minha, mea culpa, mea maxima culpa,
sem a mão colocada sobre o peito, a acusar-me. gozo-a
como propriedade, à queima-roupa, no interior da dívida
que posso. welcome to the machine, o assalto é sem ironia.
alegas a alma. conheço-te para saber que, quando e quanto
tu podes, me engano, muitas vezes e muito, às vezes sempre. s. d’o.
16.8.12
boa noite. estávamos para nascer quando a tradição foi substituída
pelo improviso. encontrámo-nos e conversámos muitas vezes
sobre isso, o acontecimento do nosso nascimento, entretendo o cuidado
de não perder o tempo já passado. os medos vinham acompanhar-nos
com frequência, como se fossem novos. a apneia dos mortos, a infância
vaga outra vez, a melancolia que regressa com o final repetido das tardes
neste sul, onde as sombras cobiçam os corpos e os espectros em proporções
iguais, sem distinção de casos, matérias ou fronteira. agora a residência
está calada. as canções mais mortas ganham espaço às outras. o ambiente
é soturno, abafado duplamente, circunstância que está para além do verão.
soam gritos pequenos. não era o que estava previsto, o ruído dos detalhes
começados e a que não foi prestada atenção. a esta hora sente-se a região
das almas exausta. percebemos a dedução das ruínas. o território morno,
uma mão tensa, o desamparo, a lubrificação nos dedos, o estremecimento. s. d’o.
14.8.12
manobra
a tua presença reparte as sombras, o lugar
está mais lento entre nós. dizes não sei, não
ouço mas acredito. também não vejo as paredes,
não detecto o cheiro e o som que extraíamos
delas. trazes a respiração ainda com véspera,
levantada numa inclinação com corpo próprio
e método, outra vez, sopros seguidos de outros.
algo parece estranho. estamos entre o engano
e a origem, eu descalço, tu despida. s. d’o.
9.8.12
uma questão
somos no momento, durante aquele tempo necessário
para o acontecimento. os corpos precipitam-se, chamamos
aventura à manobra. e depois?, sobrevivemos?, conseguimos
esquecer? s. d’o.
7.8.12
somos, a cidade fingida
disse, a cidade está mais quieta, a nossa, e sentiu o incómodo
do pronome, por causa tanto da pessoa quanto da propriedade
que a gramática lhe atribui. s. d’o.
2.8.12
e as consequências
lê-se, está sublinhado, dylan continua a ser leal à incoerência
dele. continua, presente do indicativo. porém dylan é nome
que há muito deixou de se conjugar nesse tempo verbal. s. d’o.
31.7.12
contra a ausência d’esprit fin de siècle
ainda não perceberam que os jornais e as listas
telefónicas substituíam o papel higiénico e que
ninguém chamava reutilização a esse uso. s. d’o.
22.3.12
não esquecer, é preciso esquecer, continuar
o saque, a glória. é preciso insistir, perseguir
a elevação definitiva e a queda consequente,
uma vibração pequena entre todos os assaltos
do dia, descobrir quase nada entre nada,
o capítulo das revelações que fecha o livro.
depois as orações, o toque do pulso, a procura
do ritmo que aí passa, os olhos ainda abertos.
o resto já não pertence a esta história. s. d’o.
20.3.12
zona de conforto?, evito a discussão. mantenho
o corte, levanto a mão. portugal, one point,
ainda estamos aqui. s. d’o.
2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).