21.3.13
viveu no vermont
as manhãs nunca começam próprias. o céu cheio de vermute,
as mãos sem pão, cheias de opções e orações. a crónica histórica
quase nada conta sobre ele, excepto um episódio. um dia disse
aos embarcados, les géographies solennelles des limites humaines,
palavras que paul eluárd escreveu e alertou-os, esqueçam
o cachalote branco, nós vivemos no vermont. s. d’o.
19.3.13
colisão no v&a
o corpo ali. uma peça de rodin também. a imitação, o espelho
a três dimensões por algo que transformou a massa, aquela
massa. dois passos acrescentados, contorno, o contraste. pausa,
a coligação. o momento fica mais próximo do tamanho do silêncio. s. d’o.
7.3.13
arena
deus habita melhor os lugares sujos, onde estás?, a casa,
a passagem, demoras?, a contaminação. s. d’o.
5.3.13
carne dos deuses pequenos
o derrube começado. deitam-se juntos, crescem a promessa,
descobrem-se cada vez mais nos dias que continuam.
cometem os erros próprios do princípio, usam a palavra
com o sentido de que nunca vai acabar. e o fim apenas já
começou, sem que ele, sem que ela saibam a alegria disso. s. d’o.
2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).