31.1.12
república
outra vez a dúvida. se, tanto condição
quanto representação, a pátria é pele
ou tapete, como dizê-la? s. d’o.
26.1.12
suite das vaidades
ix.
uma placa com a palavra usado. quem concebeu esta província? s. d’o.
24.1.12
suite das vaidades
viii.
foi um passatempo, matar as coisas pequenas, arrancar-lhes as asas,
cuspir os caroços, sem acelerar o passo. o cortejo era fúnebre. s. d’o.
19.1.12
suite das vaidades
vii.
encontraste-te num espelho?, talvez tivesse sido melhor
se te tivesses encontrado na rua, o reflexo seria menos vidrado. s. d’o.
17.1.12
suite das vaidades
vi.
o grande absoluto, é sobre isto que falamos nestes dias,
o offshore a que se tenta regressar. mais do que a absolvição
estatística, a isenção da pertença à probabilidade de, é uma esperança
epistemológica, uma promessa de redenção que sugere um princípio
novo. o recomeço depois da falência é a consequência da tragédia
como consumação e superação de si. se calhar já não podemos
regressar lá, a fatalidade não deixa. s. d’o.
12.1.12
suite das vaidades
v.
tenho uma espécie de fim a que tento obedecer,
embora não siga para ele. recomeço o recital,
sinto que hei-de chegar ao lamento mais intacto
do que antes. padeço menos o motivo, o requiem,
do que a consequência. não sei porquê. s. d’o.
10.1.12
suite das vaidades
iv.
portanto comece-se, a expansão traz a morte,
por este endereço. s. d’o.
5.1.12
suite das vaidades
ii.
arrumação modelar. o elenco foi distribuído
pela ordem das coisas, corpos no chão,
cabeças no ar, mas a gravidade não o permitiu. s. d’o.
3.1.12
suite das vaidades
i.
na morte, este rio, estás bonita,
mais do que nunca, espessa a demora. s. d’o.
2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).