das épocas
talvez os castelos cresçam assim, sem causa,
sem necessidades cinematográficas. um modo
de estar, percebe-se neles, transformou-os
em ruínas. estão aqui diante de quem passa
e às vezes os assiste em quase quietude.
conservam no veio um tempo demorado e superior,
medida própria das pedras e dos produtos de alvenaria
antiga. pedra sobre pedra, é simultânea a resistência
aos elementos e a confiança neles.
fomos e somos através da memória que põem
presente. estamos a envelhecer e a sobreviver-lhes,
o atraso estende-nos. não podemos escolher
o lado. caímos perfeitos mas não calados,
só os castelos nos ouvem, como eco que sobra
deles. s. d’o.