finis patriæ
o teu sangue, morada efémera, a segunda
ou a quarta que conheço. range o mastro
do pequod, esta nação sem repouso levanta-se,
não vê o futuro, não sabe onde ficaram a mala
de viagem e os chapéus. as gerações esperam-se.
o holofote está desligado, os tiros inclinam-se
por algum motivo. temos as mão lavadas,
as notícias chegam pela tarde morna.
o horizonte permanece intacto, o planalto
continua aberto. o almoço foi servido, ouvimos.
está uma toalha ensanguentada no chão.
a realidade está a desmoronar-se, aqui nada é real,
incluindo o teu sangue. o combate trava-se
nos lábios, aí será a derrota, aí será a vitória,
o que disseres, consoante o que disseres. o tempo
é vibrado no sino. são cinco horas da tarde,
as cortinas do quarto estão corridas para cerrar a luz.
deus fala em silêncio, a voz dele não tem correspondência
não corresponde ao teu sangue. deus é mudo. digo
o teu sangue, a exaltação da voz, o salmo que falhas.
o teu sangue, o que vives, sinto-o a febre dos heróis.
avançamos lado a lado. a ciência espera-nos, doravante
falaremos em inglês. now, in english, please. está bem.
vou só dar um mergulho no atlântico, depois conversaremos
sobre o assunto. s. d’o.