engrenagem
da peregrinação ao exorcismo, as duas faces do acto,
o gesto lançado para as coisas, amanho no qual há intenção
de obra. esquece o princípio, esquece o fim, fixa-te
no movimento.
e agora o quê? a dispersão dos fragmentos, as metáforas
sem ligação e sem soberania, o ritmo da infância pela soletração,
pelas sílabas e pela combinação delas. e quando o sentido inverso?
o sublime é tudo excepto a respiração, a respiração apenas,
o compasso, a sobrevivência em exercício, não em celebração.
sinto o corte, o desdobramento, o processo erguido em vozes,
o convívio feito pela rebentação do horizonte. e tu dizes
será o que será, embora na tua oração não se saiba o quê. s. d’o.