descobri adereços e luz no sótão, a tensão da identidade
trazida no corpo e no tempo, teatro nenhum. entre a introspecção
e a projecção, a distorção. o que existiu antes de mim também está
aqui e agora. eu e as coisas do passado partilhamos este lugar
e este momento. não é demência, é cesura, um rasgo capital nas mãos,
que prolonga e recupera o tempo para além do que os dedos seguram.
a austeridade do desperdício, isto é ser, sou assim. acredito
nas hesitações, nas perdas e que a concentração será a nossa morte.
as mãos, estas mãos, são testemunho de um tempo que não é só meu. s. d’o.