regresso ao terraço villiers
talvez um lugar como qualquer lugar, com esplanada sobre outros
lugares, extensão plástica e memória. testemunho com hierarquia
os humores e os rumores, os lamentos e os tormentos do mundo,
o meu, de quem mais? a rapariga à minha frente tem uma tatuagem
cravada na omoplata direita, uma rosa com três folhas. o metropolitano
é para quem paga bilhete. a rapariga diz vou para o senhor roubado,
acredito. é esta intimidade quase universal que nos faz modernos,
tardo-modernos, filhos do mesmo deus menor que cada um de nós é
e pode ser. a rapariga tem seios proeminentes, agitados, chocados
contra uma t-shirt de alças com a inscrição rock (me) like a hurricane.
não comungo graças ou sentimentos. não quero saber para onde ela vai
e sei. espera-a um, dois, não mais, disse ela também. saio no saldanha.
imagino o terraço villiers. s. d’o.