tuvalu (excerto xi)
do mundo?, são muitas as necessidades para resolver com urgência.
é preferível esperar. mais cedo ou mais tarde acontecer-nos-á
a memória e perceberemos que os nossos movimentos foram precipitados.
podíamos ter esperado, o mundo continuou, como se a nossa ânsia
nada tivesse acrescentado ao estado, como se o mundo fosse condição
de si e incondicional, abrangente e suficiente.
não falo do tempo arrastado na pele, como cálculo subcutâneo e sucedâneo
das esperas. ninguém é eterno, já ninguém aspira a demora tão desmedida,
apenas aspiramos à inveja. os animais respiram e enfrentam rapidamente
o que pode ser culpa deles. não esperam, atacam. desconhecem a anestesia,
sobrevivem sob a pressa. não esperam, não podem esperar.
a vida já não é uma questão de código postal. permanece a margem,
o alcance também. s. d’o.