24.7.09
tráfico
os estranhos trazem-nos estranhezas, coisas e nomes
que não temos e que nos caiem dentro da cabeça e ficam.
não devolvemos as dúvidas ou as diferenças, assumimos
que crescemos e que há outros, como nós, que saltam
a cerca. cerca que nunca foi nossa, só a víamos como nossa. s. d’o.
22.7.09
o futuro depois
arruinada, a casa nossa, a morada que já não partilhamos,
porque nunca a partilhámos. que fazer? s. d’o.
20.7.09
a morte tem um nome estranho
começa a falhar-se a eternidade pelas horas indistintas.
ainda uma hipótese só, mas já além, o mesmo caminho
pelo qual o regresso é, outra vez. a morte tem um nome
estranho. há um coágulo onde se suspeitava a morada
de uma função. s. d’o.
10.7.09
8.7.09
guerra das estrelas
carne. mutantes, de trémulos a firmes
e vice-versa, até que a morte nos separe
e descanse. s. d’o.
6.7.09
verbo extinto
frases. um repertório, uma alegoria. o primeiro prémio,
como o primeiro amor. um recital de espessura e geometria,
a alma ao lado, inclinada, convencional e envelhecida.
o idioma das vozes, a corte da inquietude soprada.
o corpo assinalado, sede de si, dança e transferência.
a redenção pelo gesto, pelo trato da opção, pelo copo
cheio. antes bourbon do que nada. s. d’o.
2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).