a day at the human race
uma palavra para dizer muito, civilização.
duas cadeiras e ninguém sobre o palco, a função
e a ausência. a percepção que introduz o observador
na cena, talvez o espectador. a agência e a paciência
antes de movimento qualquer. a entrada paga. que implicação
no que é?, que implicação no que será? a matéria inerte
e o lugar vazio são o argumento. não há naturezas mortas.
há só lugares sentados. e o paradoxo de o factor funcional
ser dependente da presença.
ser dependente da presença. a função cumpre-se pela presença.
mas a função é sobre a presença, espera-a e exige-a.
a tragédia começa antes de começar. a função não desaparece,
antecipa-se à utilização. como depois, antes desaparece o uso
também. o que emerge é a decadência, a erosão, o envelhecimento,
como elementos de representação da função e da sua potência.
para a função cumprir-se basta o sangue. mas, como a função,
a contigência está também presente. sucede a criação,
sucedem-se as criaturas. ninguém leu o manual das improbabilidades.
somos cavalos de corrida. e há apenas lugares sentados.
o que nos faz reunidos?, aqui, a esta hora, para a mesma hipótese.
a tragédia moderna. somos cavalos de corrida e pagámos bilhete.
o resto é clássico, amnésia. s. d’o.