apreciada, a morte aconselha objectos imediatos. que isto é o prenúncio
de algo mais do que a sentença. o trajecto do fumo, a garganta seca
de onde a respiração escapa para encontrar-se com a noite, a noite longe.
uma chávena derrubada, o café vertido sobre o chão, perseguido
por uma mão antes quieta. toda a morte foi atrás, acompanhou o gesto.
a mão ainda suada. um cigarro apagado na outra mão, a cinza pendente,
amortecida na pele do braço da cadeira. um corpo aí jacente.
a sombra deste estado projectada na parede. e o televisor ligado.
que isto, uma campanha de vozes, é a morte. um dois, experiência,
um dois, um dois, entra também no cenário, acamando sobre as vozes
do reality show em exibição no televisor. o mundo poderia acabar assim,
um dois, experiência, um dois, um dois, um dois três, como acabou,
sem amén, sem sémen, sem depois. s. d’o.