testamento a depois
esta é a minha morada, esboroada, caída nas provas,
cercada e pungida pela condição insular, lenta,
demorada nas horas, sem espanto ou abrigo, aberta
no terreiro e lavada na eira. é aqui que sou, cavado
no nada onde começas, cavado no covil em que cresço,
íntegro e inteiro, quebrado no corpo que quebro,
prenúncio em que digo a morte. sou a exercer magistério
de solto. e, quando não for, se não for por preguiça,
é porque já fui. soltem o repique de aleluia e levem-me,
sem capelo, sem solenidade. se me fizerem a vontade,
restarei cinza. s. d’o.