das coisas, das horas e dos ofícios
por causa das coisas, coisas que são assim,
começo pelo coração. sigo a linha, os seus golpes,
as sístoles, passo a passo. em todo o caminho
estes passos prenunciam o horizonte. mas na continuação
das horas já é tarde o próximo passo.
a casa é demasiado pequena. e a janela embaciada
compromete a respiração. os homens não podem
morrer aqui. não se pode esperar, há uma missão.
o nosso ofício é repetir. às vezes repetir dos dias
esquecidos, repetir da pele, o que antes já foi repetido
também, arrastando a uma cicatriz. espera-nos no corpo
esse cuidado, para, por confirmação, podermos ser
quem somos. s. d’o.