ateneu mirage, ii
a água no chão era para onde dirigíamos os pés.
éramos habitantes do deserto, contemplativos,
sem solução geográfica para as nossas condição
e sede. que havia mundo e mundos, máquinas macias
neles também, arcádias, cadernos, dizia-nos uma voz.
e fomos. ir não era fugir daquela boca apenas, era mais,
fugir do seu sopro em palavra. porque quando nos calávamos
e a voz também, podíamos ouvir a respiração do animal
que tínhamos e éramos. a fome vinha sempre depois. s. d’o.