ateneu mirage, i
antes do passado que já somos éramos nómadas, povos inteiros
compreendidos no chão. sob o horizonte debruado adiante,
aí, eram os corpos que não iam à terra, era a ode
que não foi cortada. era também o caminho como caminhado,
interzone, não destino. que conduzíamos a estranheza
a além, disto acusavam-nos. embora não confirmada,
de tal culpa jamais fomos aliviados. mas era verdade,
levávamos o que andávamos ao trinta e sete de um inferno
privado que não conhecíamos. o sangue, a mesma cela,
era o que conduzíamos ambulantes. e disto nunca nos foram
os remorsos, mas tão só o que víamos. s. d’o.