final da tarde
vejo sangue. o que estás a fazer?,
aqui. ainda te recordo morta.
sinto o corpo em movimento,
demasiado preso a ti. o traço
da lâmina, o seu fio preciso.
depois o golpe. colho os dedos
precipitados sobre a sombra,
como se, através desse gesto,
conseguisse recuperar uma parte
do desperdício. um sopro árido
toca os dedos, as mãos. é o final
da tarde. algum dia o teu corpo
regressará?, aqui. s. d’o.