dias diferentes
este mar que, como cordeiro que se guarda
com o seu pastor, quebra nos teus pés
não vem do evangelho que aprendi contigo.
esse outro chegava encrespado, sem antídoto,
antes da anestesia, recordas-te? era a massa
levantada pela matéria mesma, de onde se esperava
o peixe, não as redes vazias. que é feito desse mar?,
mar de quando não domado, sem veias cansadas.
que é feito desse corpo estremecido?, pancada
sobre pancada, repetido e permanente, jazigo
onde os homens vão sem morar. que é feito?,
respondo, não sei. os dias deste verão estão diferentes. s. d’o.