a cada instante, e nós nele, muda mais
do que o instante. muda a identidade,
o reconhecimento, confirma-se o gasto
e a perda, a forma do tempo. a cada instante
renova-se o combo do desconhecimento
que nos atribui distância a nós, quem fui?,
quando fui, agora que sou.
a cada instante o rosto sucede-se, mesmo
e outro, como o mesmo se actualizasse outro.
assim é com o rosto, assim é com o rasto.
assim é direcção e sentido, corpo para oriente,
recordação que se acorda a si, cardeal,
soberana. porque a cada instante é a saída
e o reencontro, a permanência de agora
e a alteração, o esquecimento do que mudou
no instante que passou, porque agora o instante
é outro. agora o instante é outro. agora o instante
é outro. agora o instante é outro. agora o instante
é outro. agora o instante é outro. agora o instante
é outro. agora o instante é outro. agora o instante
é outro. agora o instante é outro. agora o instante
é outro. s. d’o.