os dias antes do regresso
dia iii
todas as noites acordo provisório.
perante mim, a mancha nocturna, a rima inteira,
a máscara que ninguém alguma vez soube.
sou mortal e fora do gesto, este gesto.
mas agora estou quieto. necessito de um quarto
para confortar a culpa. já não juro a ilusão
ou que será para sempre. a terra pesa sobre mim,
o soalho do quarto range. depois é o silêncio,
aquele silêncio que atordoa e quebra.
sabes?, não posso voltar, já parti. é isto
o que te prometo, consciente que esta
é a única promessa que posso cumprir.
deixo-te uma fotografia para confirmares
a minha ida. vê, as flores do quadro morreram,
são já uma natureza morta. não posso voltar. s. d’o.