<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6768210\x26blogName\x3dalmanaque+de+ironias+menores\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://almanaque-de-ironias-menores.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://almanaque-de-ironias-menores.blogspot.com/\x26vt\x3d8858308340356233877', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
almanaque de ironias menores

caderno de exercícios avulsos e breves, por serôdio d’o. & 3ás 

4.9.06


as orquídeas

o roteiro era breve. atravessei o horto
sem me deter em pormenores. partilhei a palavra
contigo, a dois, numa solidariedade íntima,
sem mais testemunhas. tu disseste, eu disse,
sem a preocupação de dizer o que dissemos.
o branco das orquídeas era baço.

mais quase nada recordo dessa tarde.
o roteiro era breve. porém, repito,
mais quase nada recordo dessa tarde.
havia uma nespereira, havia uma macieira,
havia um pessegueiro, havia um limoeiro.
também havia uma mesa de pedra, sob a sombra
da nespereira.

aí, calando-me, quase me enganei.
era uma tarde, uma tarde apenas.
o sol caía maduro na frente, deixando
até si um rasto de tom torrado.
a noite, querias a noite, aquela noite,
recordo isso. mas, havia ainda a tarde,
não sei onde ficámos, se ficámos para a noite.

é por isso que, agora, porque não a acredito,
não digo a clareza nocturna daquele pomar.
repito, é porque não a acredito que não digo
a clareza nocturna daquele pomar.
o branco das orquídeas era baço. s. d’o.


2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).