aparição flush
vii.
antes de os olhos assentarem, fixos, num lugar,
verga-se a paisagem pelo lançamento das mãos.
estremecem as coisas. acontece um frémito sobre o domínio,
coroa e colónia do que é. há quem observe o movimento
para investigar a força.
quase quieto, porém centrífugo, o corpo permanece grave.
a pressão cardíaca, enquanto gravidade, cai
sobre um único ponto. a cabeça colocada baixa,
unindo os sentidos aos sentidos. são os órgãos também
e entre eles o sangue e os fluídos, numa curva
sob tensão concêntrica. e são os braços armados,
estendidos. a cratera, a ferida. vê-se o rosto,
tocado e eléctrico.
fora, há ainda a dispersão dos elementos.
há corpos abertos, em procura, creditados
a um motivo divino. os outros. tudo é a substância
a desviar-se permanentemente para o centro.
há a vontade, há o eixo. consuma-se o fulgor.
a carne é um instrumento, a lâmina também.
a carne é um instrumento resumido numa
só matéria, si mesma. a lâmina, como o formão
é da terra, combina a carne sob um fio preciso,
o corte, o fio da união e da separação.
há quem observe o movimento e escreva, escreva
sobre o escrito, ressuscitando consecutivamente
pelo registo. espanta-o a reunião, o verbo errado e errante,
o som desarrumado, a composição. mas uma matéria única,
a carne, é o seu fulcro. s. d’o.