carrossel lógico. a velha estava entretida a desfiar um rosário de pétalas e, enquanto isso, observava as crianças e as suas brincadeiras. embora ouvisse mal, a velha não compreendia o motivo por que anunciavam repetidamente mais uma corrida, mais uma viagem, neste fantástico carrossel. não conseguia compreender o significado de mais uma corrida, mais uma viagem porque, no seu entendimento, um carrossel mais não era do que um pião enorme a girar figuras, dentro das quais ou sobre as quais havia gente. ali, porém, as crianças estavam entretidas apenas com um triciclo ao qual faltava uma roda. por isso indagava a velha se, assim sendo, seria exacto chamar-se triciclo a um triciclo apenas com duas rodas. as crianças, essas, mais uma corrida, mais uma viagem, neste fantástico carrossel, continuavam o seu circuito animado, trotando a máquina, híbrido entre o triciclo e a bicicleta, como se fossem cavaleiros. mas não eram. e isso a velha sabia. pois um triciclo sem uma roda não é um cavalo. um cavalo tem quatro patas. s. d’o.