contra o horizonte
para tudo pode uma página. um mapa
também.
tela em sangue, é o quadrado perfeito
da matéria. há ainda as tarefas da palavra,
o gesto em que tornam, porque são astros,
limites, que lhe abrem o lugar
e, no seu movimento, o pisam.
pó sobre a luz. é difícil descobrir aí
o versículo justo, a manta que devolve
e guarda todas as coisas. talvez não exista
esse versículo e a dificuldade seja
a sua busca, não a luz apertada pelo pó.
concerto, concreto, aflito, continua-lhe
a violência, a lateral que fulmina o poema.
porque o problema da distância é semelhante
ao problema do pão, um horizonte. e contra ele
apenas o alcance das mãos. s. d’o.