natureza escrita a lápis
como pátria, desejou a noite,
os seus sons e ruídos, os
elementos de néon, a nicotina
incensada, a distância entre
os corpos, o cheiro do
café, as sessões de cinema.
em torno, espectros, demónios,
vozes, dançavam uma coreografia
de semelhança, dançavam o consumo
que tomba todas as manhãs. o espelho.
o reflexo.
como pátria, desejou a noite,
chão nocturno para vaguear
a vida. depois pegou num lápis
para escrever a natureza e
escreveu. o nome de deus foi
riscado na primeira redacção
do inventário. s. d’o.