idílio no carvalhal
uma coroa de sol, não o modo
imperial.
um pastor, sentado na cerca.
o cão, pequeno, dorme, deitado
diante do seu dono. do outro lado,
várias cabras pastam.
o tilintar do chocalho das cabras
enlaça-se com o marulhar. daquele
lugar não se vê o mar, mas sabe-se
que ele está para além daquela
duna. cheira-se.
só na volta se torna evidente
que o pastor tem outro cão,
grande, com pêlo mais escuro. agora,
as cabras, as que se vêem, são mais.
o mar, abafado, já sem voz, fica
para trás. o seu murmúrio parece
adormecer, cair. mas é apenas a
distância a ele que aumenta.
o regresso é amanhã. s. d’o.