o idílio urbano de constantino corbain
v.
o tempo é um balcão absoluto. é sobre a sua
superfície que as cartas têm valor.
a partir de determinado momento, o jogo
começa a cansar. o sangue exulta em
desperdício, devolve o ritmo. e volta a ficção.
aquele amor nunca foi, nunca mais voltará
a ser. ele rende as cartas sobre a mesa.
levanta-se. sai. abandona o jogo, deixando
escrita uma interrogação no caderno. como
é que se
no chão jaz uma carta,
no chão jaz uma carta, o valete de espadas.
ninguém vê. s. d’o.