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almanaque de ironias menores

caderno de exercícios avulsos e breves, por serôdio d’o. & 3ás 

15.7.05


peregrinação. um erro só se percebe acontecido. antes é apenas uma hipótese, um temor, nunca uma canção. vou?, vens?, ficamos?, são interrogaçõess demais, sob esta temperatura. verão, dizes que é. também poderia ser outono, se admitíssemos. wasted and wounded, it ain’t what the moon did
i’ve got what i paid for now
see ya tomorrow, hey frank, can i borrow
a couple of bucks from you, to go
... vamos, se o plural, um, dois, chega, se confirmar. um gin tónico, se faz favor. outro. waltzing mathilda, waltzing mathilda, you’ll go waltzing mathilda with me. e depois?, se depois. os mesmos lugares?, os mesmos gestos?, as mesmas palavras?, a mesma dança?, sem segurar o copo na mão. i’m an innocent victim of a blinded alley
and i’m tired of all these soldiers here
no one speaks english, and everything’s broken
and my stacys are soaking wet
... não é possível esperar mais. esperar é prolongar o engano, o logro, permiti-lo sempre, futuro também. é necessário resistir, voltar, prosseguir. continuar. vamos?, pergunto-te, calando a vontade de ficar, permanecer naquele chão, naquele terreiro. to go waltzing mathilda, waltzing mathilda, you’ll go waltzing mathilda with me. saímos. verdadeiramente não saímos. tu ficas, guardas-te. eu também. fico. para ficar contigo. deixamos ir os corpos, ficamos para trás. mas os corpos não vão. now the dogs are barking
and the taxi cab’s parking
a lot they can do for me
i begged you to stab me
you tore my shirt open
and i’m down on my knees tonight
old bushmill’s i staggered
you buried the dagger in
your silhouette window light go to go
... este é o caminho das águas, o teu testemunho, o teu princípio. as mãos, as nossas mãos, não se encontram. por que não abranda a tua vingança? por que nos aproximamo-nos da distância?, o lugar de onde todo este caminho nosso se observa. waltzing mathilda, waltzing mathilda, you’ll go waltzing mathilda with me. não hesitas, segues. o meu corpo também. estou fraco, confirma-se o meu ser. confirma-se o ditado que a sibila extraiu do oráculo. mas vou no teu encalce. foges?, penso a interrogação para mim, sem encontrar resposta. algo protege este caminho. disseram-nos, quando passámos sob os arcos, que era seguro guiar por caminho. segues, és a tua custódia. eu apenas te persigo. vacilo, estremeço, anuncio a mim mesmo a queda. a minha. atrás de ti. now i lost my saint christopher
now that i’ve kissed her and the
one-armed bandit knows, and the
maverick chinaman, and the cold-blooded signs
and the girls down by the strip-tease shows go
... recordas a nossa infância?, a inocência que roubávamos? recordas a nossa juventude?, os audazes ímpetos?, a paixão que lavrávamos? tens uma memória vaga... vais por aqui? é por aqui que queres ir? não, não sei se este rumo é um ardil. talvez seja. não conheço este território. não é o meu peito. também não é o teu. waltzing mathilda, waltzing mathilda, you’ll go waltzing mathilda with me. o que te leva não te leva para mim. está bem, hoje acampamos aqui, neste bosque. será um acampamento com cautela. podes dormitar nos meus braços, se quiseres. deixá-los-ei em sentinela. dispostos às armas, à defesa, caso seja necessário. amo-te, já te disse?, já te repeti esta certeza? durante a campanha em que vamos. agora dorme, descansa. no, i don’t want your sympathy
the fugitives say that the streets aren’t for dreaming now
manslaughter dragnets and the ghosts that sell memories
they want a piece of the action anyhow go
... os lugares que nos cercam estão em silêncio. o fogo também dorme. não temos mais companhia. os vultos que nos vigiam são de vento. vêm do litoral e procuram as muralhas exactas para se confortarem. ouves?, transportam ainda o marulhar. repousa, nada tens a temer. estes sulcos protegem-nos. e a lua, nestes baixios, não se deixa enganar com os ecos do mar. toma os meus braços. toma o meu corpo. ele ainda tem a tua forma. waltzing mathilda, waltzing mathilda, you’ll go waltzing mathilda with me. ateia-se em mim a morte. lavar as feridas é já sorte. sobre o corpo o linho que será a minha mortalha. abre-se a terra. o sangue já não escorre. sobe o fumo. depois desperto. o espírito tinha sido quebrado com o corpo, no sono. olho-te, sou o vigilante da tua vigília. ainda a lua não desceu ao seu funeral. tudo ainda acontece lento. and you can ask any sailor
and the keys from the jailor
and the old men in wheelchairs know
that mathilda’s the defendant, she killed about a hundred
and she follows wherever you may go
... quando te trespassa um sopro de vida que te vem de dentro, acordas. mal erguida, brandes a energia dos levantados e precipitas os passos. sigo-te, procuro-te. insisto em devolver-me a ti. waltzing mathilda, waltzing mathilda, you’ll go waltzing mathilda with me. mas vais já longe, para além do meu alcance. toco-te apenas com a palavra que posso no instante. não te escondes. vejo-te apenas a aproximares-te de mim. porém não sei se regressas. pode ser uma ilusão. pode ser o que acontece. and it’s a battered old suitcase
to a hotel someplace
and a wound that will never heal
no prima donna, the perfume is on
an old shirt that is stained
with blood and whiskey
and goodnight to the street sweepers
the night watchman flame keepers
and goodnight to mathilda too
. mas é estranho que numa peregrinação, como esta, o reencontro comece com alguém, um de nós, a pronunciar a palavra adeus. s. d’o.

(este texto é interceptado pela letra de “tom traubert’s blues (four sheets to the wind in copenhagen)”, canção escrita por tom waits e originalmente editada no álbum small change).


2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).