o idílio urbano de constantino corbain
iii.
contágio, não transparência. o que começa depois
do princípio é por contágio profano. diz-se
suficiente a tangente das bocas, o sopro, o
coração. o limite é o beijo, a carne encontrada,
a última composição da noite.
foi quando, um dia, a porta da carruagem do metropolitano
se fechou que ele começou a estancar os sentidos.
jogou-se no tabuleiro do xadrez das paixões
e, porque solitário, decidiu ser escritor de canções.
escreveu uma canção de amor, com o título carrossel
para frankfurt am main. assim,
para frankfurt am main. assim, o domingo é um dia
sem deus. ao domingo são alimentados os fantasmas
e os mártires. ao domingo somos o engano.
e os enganados também.
e os enganados também. tudo é banal, o bem e o mal.
e, tu, és femme fatale.
e os enganados também. tudo é banal, o bem e o mal.
e, tu, és femme fatale.
e, tu, és femme fatale. sem o murmúrio, mon amour.
levitação de meia noite. pétala de pátria
em adolescente. saturno nocturno. se te amo, nunca.
nunca mais. somos fatais. e imortais.
nunca mais. somos fatais. e imortais. tudo é banal, o bem e o mal.
e, tu, és femme fatale.
nunca mais. somos fatais. e imortais. tudo é banal, o bem e o mal.
e, tu, és femme fatale.
e, tu, és femme fatale. sem o murmúrio, mon amour. s. d’o.