o idílio urbano de constantino corbain
ii.
às vezes, o quebranto, mas não a falência. as palavras
caladas, sim, mas caladas porque vivas.
às vezes, o quebranto.
no quebranto, foi o amor o que ele calou. não disse
senti a tua falta, mas sentiu o que corresponde a essa
sentença.
nenhum anjo crioulo. nenhuma língua capaz para
a fuga. são erros do mundo. mas as flores
fluorescem e os relógios, na sua demora, continuam
a compassar o ritmo das voltas.
mesmo que deus não exista, podemos. somos o ser
e, nele, o tempo.
mas no quebranto, foi o amor o que ele calou. não disse
senti a tua falta, mas sentiu a sua ausência. e
escreveu, fazes-me falta, fazes-me falta no poema.
que a minha vida não é. s. d’o.