perdição. ela via-o muitas vezes, taque, taque, taque, a bater nas teclas do computador. ele tinha intenção de adquirir um mac, mas era ainda num compaq que editava os seus textos. ela olhou-o, fixou-o. aproximou-se dele. insinuou-se no espaço do escritório. correu a sua língua pelos lábios, tonificando-os. depois disse-lhe, era tudo mais fácil se, entranhada, não houvesse a sensação da própria estupidez. ele insistiu no taque, taque, taque, tomado pelo dever de terminar aquele ensaio, sobre as condições de sustentabilidade da democracia. quando, depois, por instantes, a interpelou, disseste o quê?, verificou que ela já não estava ali, próxima. s. d’o.