<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6768210\x26blogName\x3dalmanaque+de+ironias+menores\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://almanaque-de-ironias-menores.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://almanaque-de-ironias-menores.blogspot.com/\x26vt\x3d8858308340356233877', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
almanaque de ironias menores

caderno de exercícios avulsos e breves, por serôdio d’o. & 3ás 

16.5.05


em qualquer lugar

em qualquer lugar, quero saber
onde, o mesmo caminho leva-nos
daqui e traz-nos a esta origem.
na berma desse caminho, não
necessariamente traçado, há horas
em que se estende uma penunmbra que,
demorada, se vai adensando até o
crepúsculo, como se fosse o outro
lado do espelho, estilhaçar-se num
intervalo contínuo de negro.

esse caminho é uma oração. os passos
abrem-no, fazendo-o pátria.
passo após passo, o corpo repete-se.
repete-se não apenas no avanço, mas
também no horizonte. o corpo faz-se
e acontece nesse processo.

adiante da penumbra ainda é o tempo
das sombras nítidas. ouvem-se os
ruídos abertos, os sons cavados, os
gestos que na página e na canção
sugerem o naufrágio e a salvação.

nada disto é mistério. sobre os escombros
há um arquitecto que desenha assim os
lugares. a carne pode ser ferida,
devorada, mas sobra sempre carne para
as mãos serem, as mesmas mãos que
talham a pedra e, com ela, constróem
as moradas, os cais, as torres e os túmulos.

em qualquer lugar, quero saber
onde, é o mesmo caminho para
chegar e fugir. em qualquer lugar,
aqui, sempre aqui, é, como sou,
a loucura, a mesma loucura.


2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).