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almanaque de ironias menores

caderno de exercícios avulsos e breves, por serôdio d’o. & 3ás 

8.4.05


das mãos

as mãos não se conhecem pelo que
mostram. conhecem-se pelo que
fizeram, se cicatrizes, se nada.

podem as mãos ser soberanas e
cair. também podem as mãos ensaiar
a obra e transportar os gestos.
porque nelas principia o mundo e
a ele a devolução do corpo.

são as mãos que rasgam o pão.
são as mãos que seguram e erguem
o cálice.
são as mãos o domicílio do acto
que vindima e faz o sangue e
faz a aliança.

são as mãos a ferramenta da massagem,
o radiador da paixão e da proximidade.
são as mãos a vida do moleiro,
do lenhador, do maestro e
do arquitecto.

são as mãos o primeiro chão de nós
e o único lugar onde é possível
encontrar a morte emprestada.
são as mãos que embalam e, com os
braços, aconchegam o sono.

são as mãos que tocam a face,
enxugam as lágrimas e fazem a bofetada.
são as mãos a margem e o horizonte
e nelas, quando encontro, o mundo
inteiro.

são as mãos que assinam e assassinam.
são as mãos que, como as mães, começam
e acabam.
são as mãos tudo. s. d’o.


2004/2024 - serôdio d’o. & 3ás (escritos e subscritos por © sérgio faria).