a sentinela
que trazes?, quem és?, tu!, mulher!,
inquiriu a sentinela em voz de ordem.
ela, a mulher, indiferente, continuou os seus
passos. acrescentou ainda mais quatro
depois de a voz dele, a sentinela, se entender
apenas em eco. desafiou-o.
provocado, ele, a sentinela, soltou o chicote e preparou
o ataque. ergueu a tocha para iluminar
a face da mulher. percebeu que não era
uma escrava. percebeu-lhe o perfume, uma
distinta essência, a perfídia da beleza.
suspendeu, então, a sentinela, o gesto ofensivo.
constato que apaziguas o ódio que é
íntimo do teu peito, foi o que ela, a mulher, disse
antes de continuar os seus passos,
antes de confirmar o afastamento. e
ele, a sentinela, sentido nas palavras ditas,
deixou-a, a mulher, partir. s. d’o.