desejo
o desejo não é um paralelo, um
constante liso, mas uma projecção
que invade o espaço habitado, numa
vaga, capaz de reunir e denunciar o
retábulo do tempo construído em
matéria.
são os teus olhos, os teus lábios,
a tua face despida.
mas já não é de mim trair-me ou dar-me
ao desejo. sinto-me já mais do que sou,
não inocente. e capaz de, com a solidão,
simular a sua suficiência. s. d'o.