solidão
estou sentado, sem proximidade ao
domicílio de ti. sepulto os medos
neste lugar. e fecho as mãos com eles.
não mais o vento vence o inconfessado
distúrbio do sossego. o deserto pode
começar aqui. mas aqui é ainda
apenas praia.
não é a ausência. pela dúvida, estendo as
mãos, dadas, abertas. nada têm em si,
para além do vazio permitido pelo
abandono que as faz breves. preenche-as
um desejo de revolta, a vontade de te
mancharem. mas o que as preenche
habita-as caladas. s. d'o.