para além do necessário
vamos sempre para além do necessário. um
dia, na noite, os corpos combinados, sem
cansaço, cresceram um para o outro.
esquivaram-se ao encontro, mas tocaram-se,
leve, levemente, como não se tocassem.
um veleiro passou a barra da marina, em navegação
lenta.
tudo (re)começou, como se fosse um desvio
do princípio. outro cigarro morto no
cinzeiro. os corpos jogados pelo ritmo
sincopado da música. os corpos timbrados
pelo tempero do sol, a descobrir-se nocturnos,
fingidos numa intimidade que não lhes acontece. s. d'o.