a paz cansa
a paz cansa, e diz-se. curioso o desastre, curiosa a geometria
da realidade, curioso como me ultrapassas e, em
desejo, te lanças para o acidente, curioso como lá chegaste
primeiro, curioso como não sinto, mas verifico, a tua ausência,
curioso como cair na abundância não é fortuna, mas
ledo fado falso, curioso, o cerco urbano não se levanta
e os desta cidade são cada vez mais capazes de, de cá, fugir.
curioso, wake up death man não é uma valsa. curioso,
a fantasia balança-te nas mãos, confessas a sorte da
morte e, paciente, sorris por te quereres carne
sem troco. curioso, dizes até amanhã, pois a paz cansa.
e ficas para, no outro dia, no dia seguinte, confirmares
essa sentença. s. d’o.